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domingo, 3 de junho de 2018

Questões sobre a educação contemporânea

Questões sobre a educação contemporânea

As reformas

A escola é como um rio. Precisamos saber remar e conhecer os meandros das corredeiras desse rio. E o professor rema na tentativa de levar os passageiros de uma margem a outra. Não é justo que o professor assuma a responsabilidade desse barco e não conheça essas corredeiras ou não saiba remar. As imensas reformas curriculares que se sucederam nos últimos anos não conseguiram melhorar a educação. Uma situação que seria cômica se não fosse desastrosa. As reformas educacionais têm conseguido atingir apenas burocraticamente as escolas. O aumento da escolaridade para nove anos, que possivelmente ainda virá a ser maior, traz para o professor uma pressão para flexibilidade. E essas mudanças que acontecem pressionam os professores para estarem constantemente preparados. O desprestígio social tem desanimado os mais capacitados e preparados para servirem nessa profissão. As intervenções devem atingir de forma útil em todos os níveis da sociedade. Assim, todos (escola e comunidade) estarão falando a mesma língua. É importante a educação integral do aluno (ser humano). E para isso precisamos pensar numa nova forma de preparação de professores pelas universidades. Enquanto tantos fatores negativos insistirem em acontecer, as reformas curriculares continuarão a deixar tudo na mesma. O professor deve ir além dos conteúdos ensinados que visam ao mundo do trabalho. Temos que ter em vista a formação integral da pessoa. Interferimos e construímos o mundo à nossa volta. Por isso que o desenvolvimento humano é muito mais longo quando comparado ao dos outros seres. Ele precisa da infância longa para seu amadurecimento e posterior idade adulta.

A família

Também deve haver maior envolvimento da família na educação escolar dos filhos. Sua ausência tem sobrecarregado as escolas. A causa, provavelmente seja pela falta de tempo das famílias.
Agendar e planejar

Agendar e estudar o assunto a ser tratado deveria ser a máxima, evitando a improvisação. Ou seja, deve haver sempre o planejamento. Uma escola sem alegria é uma escola fracassada. A força poderosa do amor precisa fazer parte do ambiente cotidiano, pois o amor traz sentimentos, como justiça, felicidade. E assim somos mais humanos.

A necessidade e a motivação

No centro da motivação está a necessidade. O ser humano está em equilíbrio constante, buscando seus desejos, num processo permanente que dura até o fim de sua vida. Tais necessidades se distribuem em hierarquias, segundo o grau de importância para cada pessoa. Enquanto não houver a realização dessas necessidades, a motivação estará presente. Por outro lado, se satisfeita, não haverá necessidades. O ser humano busca a todo o momento sentido para a sua existência, trazendo motivação, se autorrealizando. E como resultado alcança uma existência num nível superior. A consequência da ação realizada gera a razão de sua realização. A motivação é um fator dependente de outras pessoas e/ou de si mesmo. Portanto mais relacionado com os fins e a realização. Assim, a ação educativa deve estar centrada na motivação para a melhoria social num patamar superior da existência. O individualismo e a competição são menos motivantes que a cooperação. Criar é mais motivante que a repetição. A exaltação do êxito, principalmente em público, é mais motivante do que a do fracasso. Realizar tarefas significativas motiva muito mais, diferentemente das repetitivas e descontextualizadas.

Indisciplina

A indisciplina nas escolas é o espelho de uma sociedade que é envolvida por violência. Ligado a isso temos o fato da imobilidade exigida nos longos minutos das aulas. É incompreensível a ideia dessa imobilidade, a convivência em atividades dinâmicas e o espaço natural da brincadeira e do movimento, com o devido cuidado de não tirar o foco do objeto de estudo que o professor atua (teórico - praticas) são fundamentais durante as aulas. Ensinar limites é um ato de amor para que a pessoa possa seguir em frente com liberdade de escolher o seu caminho. Não será preciso estudar para ser pai e/ou mãe. É preciso apenas ensinar limites. Ou seja, responsabilizá-los pelas suas ações. O não é necessário para formar um indivíduo responsável. Os limites na vida favorecem um futuro saudável. Muitas vezes um único não favorece muitos outros atos amorosos. O não para irresponsabilidades e egoísmo pode trazer o sim para atitudes responsáveis. A criança precisa conhecer seus limites para saber distinguir os desejos das verdadeiras possibilidades. A permissividade absoluta, como prevenção de traumas no futuro, pode gerar transtornos, como dificuldades de convivência entre as pessoas. O aumento de comportamento inadequado que testemunhamos hoje são frutos de uma sociedade que não se responsabiliza. O não traz a saúde individual hoje e a saúde coletiva amanhã.

Trabalho infantil

A escolarização obrigatória mais longa é necessária. Todas as pessoas possuem o direito de serem instruídas. Ligado a isso temos o combate ao trabalho infantil. Porém há uma diferença entre o direito da pessoa quando ela deseja e a obrigatoriedade da instrução, quando ela não deseja e ainda muitas vezes não a deixam aprender a trabalhar. Existe uma diferença entre trabalho e exploração do trabalho infantil. Mas estamos confundindo esses conceitos. Realmente a exploração de qualquer tipo é odiosa. Porém o trabalho na juventude para aprender e adquirir conhecimentos necessários para o mundo do trabalho, respeitando a individualidade de cada pessoa, desenvolve (física e psicologicamente) o homem. A justiça não é tratar todos de forma igual, mas de forma que cada indivíduo precise, de acordo com a individualidade de cada um, de forma singular.

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