Questões sobre a educação contemporânea
As
reformas
A escola é como um rio.
Precisamos saber remar e conhecer os meandros das corredeiras desse rio. E o
professor rema na tentativa de levar os passageiros de uma margem a outra. Não
é justo que o professor assuma a responsabilidade desse barco e não conheça essas
corredeiras ou não saiba remar. As imensas reformas curriculares que se
sucederam nos últimos anos não conseguiram melhorar a educação. Uma situação
que seria cômica se não fosse desastrosa. As reformas educacionais têm
conseguido atingir apenas burocraticamente as escolas. O aumento da
escolaridade para nove anos, que possivelmente ainda virá a ser maior, traz
para o professor uma pressão para flexibilidade. E essas mudanças que acontecem
pressionam os professores para estarem constantemente preparados. O
desprestígio social tem desanimado os mais capacitados e preparados para
servirem nessa profissão. As intervenções devem atingir de forma útil em todos
os níveis da sociedade. Assim, todos (escola e comunidade) estarão falando a
mesma língua. É importante a educação integral do aluno (ser humano). E para
isso precisamos pensar numa nova forma de preparação de professores pelas
universidades. Enquanto tantos fatores negativos insistirem em acontecer, as
reformas curriculares continuarão a deixar tudo na mesma. O professor deve ir
além dos conteúdos ensinados que visam ao mundo do trabalho. Temos que ter em
vista a formação integral da pessoa. Interferimos e construímos o mundo à nossa
volta. Por isso que o desenvolvimento humano é muito mais longo quando
comparado ao dos outros seres. Ele precisa da infância longa para seu
amadurecimento e posterior idade adulta.
A
família
Também deve haver maior
envolvimento da família na educação escolar dos filhos. Sua ausência tem
sobrecarregado as escolas. A causa, provavelmente seja pela falta de tempo das
famílias.
Agendar
e planejar
Agendar e estudar o assunto a
ser tratado deveria ser a máxima, evitando a improvisação. Ou seja, deve haver
sempre o planejamento. Uma escola sem alegria é uma escola fracassada. A força
poderosa do amor precisa fazer parte do ambiente cotidiano, pois o amor traz
sentimentos, como justiça, felicidade. E assim somos mais humanos.
A
necessidade e a motivação
No centro da motivação está a
necessidade. O ser humano está em equilíbrio constante, buscando seus desejos,
num processo permanente que dura até o fim de sua vida. Tais necessidades se
distribuem em hierarquias, segundo o grau de importância para cada pessoa. Enquanto
não houver a realização dessas necessidades, a motivação estará presente. Por
outro lado, se satisfeita, não haverá necessidades. O ser humano busca a todo o
momento sentido para a sua existência, trazendo motivação, se autorrealizando.
E como resultado alcança uma existência num nível superior. A consequência da ação
realizada gera a razão de sua realização. A motivação é um fator dependente de
outras pessoas e/ou de si mesmo. Portanto mais relacionado com os fins e a
realização. Assim, a ação educativa deve estar centrada na motivação para a
melhoria social num patamar superior da existência. O individualismo e a
competição são menos motivantes que a cooperação. Criar é mais motivante que a
repetição. A exaltação do êxito, principalmente em público, é mais motivante do
que a do fracasso. Realizar tarefas significativas motiva muito mais,
diferentemente das repetitivas e descontextualizadas.
Indisciplina
A indisciplina nas escolas é o
espelho de uma sociedade que é envolvida por violência. Ligado a isso temos o
fato da imobilidade exigida nos longos minutos das aulas. É incompreensível a
ideia dessa imobilidade, a convivência em atividades dinâmicas e o espaço
natural da brincadeira e do movimento, com o devido cuidado de não tirar o foco
do objeto de estudo que o professor atua (teórico - praticas) são fundamentais durante
as aulas. Ensinar limites é um ato de amor para que a pessoa possa seguir em
frente com liberdade de escolher o seu caminho. Não será preciso estudar para
ser pai e/ou mãe. É preciso apenas ensinar limites. Ou seja, responsabilizá-los
pelas suas ações. O não é necessário para formar um indivíduo responsável. Os
limites na vida favorecem um futuro saudável. Muitas vezes um único não
favorece muitos outros atos amorosos. O não para irresponsabilidades e egoísmo
pode trazer o sim para atitudes responsáveis. A criança precisa conhecer seus
limites para saber distinguir os desejos das verdadeiras possibilidades. A
permissividade absoluta, como prevenção de traumas no futuro, pode gerar
transtornos, como dificuldades de convivência entre as pessoas. O aumento de
comportamento inadequado que testemunhamos hoje são frutos de uma sociedade que
não se responsabiliza. O não traz a saúde individual hoje e a saúde coletiva
amanhã.
Trabalho
infantil
A escolarização obrigatória
mais longa é necessária. Todas as pessoas possuem o direito de serem
instruídas. Ligado a isso temos o combate ao trabalho infantil. Porém há uma
diferença entre o direito da pessoa quando ela deseja e a obrigatoriedade da
instrução, quando ela não deseja e ainda muitas vezes não a deixam aprender a
trabalhar. Existe uma diferença entre trabalho e exploração do trabalho
infantil. Mas estamos confundindo esses conceitos. Realmente a exploração de
qualquer tipo é odiosa. Porém o trabalho na juventude para aprender e adquirir
conhecimentos necessários para o mundo do trabalho, respeitando a
individualidade de cada pessoa, desenvolve (física e psicologicamente) o homem.
A justiça não é tratar todos de forma igual, mas de forma que cada indivíduo
precise, de acordo com a individualidade de cada um, de forma singular.
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